PROGRAMA
DO RETIRO PARA O GRUPO CORAL – SÉ CATEDRAL
8h – 10h
: Missa no Invinha
10h: 30`- 11h:
I Palestra
20`:
Meditação individual
11h:25`- 11:55`: II Palestra
12h:15`:
Almoço
13h:30`- 14h:30`:
Adoração ao Santíssimo
15h:
Fim das actividades do dia.
Tema
COMO
VIVO A LITURGIA
Introdução
O que é retiro?
É um afastamento temporário das actividades para conversar com Deus. É reflectir sobre a nossa vida. É subir ao monte. É rezar. É entrar em intimidade com Deus. É dialogar com Deus. No entanto, no
retiro um dos elementos importantes é o silêncio (há diferença entre calma e
silêncio). Muitas das vezes se ouve dizer por aí: Deus não me escuta ou não me
responde!? Como diz Santa Teresa de Calculta: ‘O mundo faz tanto barulho que
não conseguimos ouvir o que Deus nos diz’. Deus sempre fala-nos algo. Nós é que
não escutamos. Porque o mundo faz tanto barulho.
1.
O
que é Liturgia?
Quando
se fala de liturgia, muita gente entende somente a dança durante a celebração
Eucaristica. Algumas comunidades quando domingo não se dança não houve
liturgia. Liturgia é isso?
A
palavra liturgia (do grego λετομργία, [γαóς = povo; ργία = serviço]”serviço
público” ou ”serviço do culto”). Neste sentido, a palavra liturgia aplicada a
uma pessoa, seria alguém que fazia serviço público ou alguém que liderava uma
cermónia sagrada.
Liturgia: é uma acção sagrada, através da
qual, com um rito, na Igreja e mediante a Igreja, é exercitada e continuada a
obra sacerdotal de Cristo, isto é, a santificação dos homens e glorificação de
Deus.
Assim sendo,
ü Na
liturgia actualiza-se a obra da nossa redenção
ü Na
liturgia Cristo faz-se presente como agente principal
ü Na
liturgia a Igreja faz o que Cristo fez
ü O
fim da liturgia é a glorificação de Deus e a santificação dos homens.
2.
Meditação
das partes da Missa
1. Canto
de entrada:
dá início a celebração. Favorece a união dos fiéis reunidos e introduz o
espírito ao Mistério do tempo litúrgico. Ao mesmo tempo acompanha a procissão
de entrada do sacerdote e dos ministros (IGMR:
Introdução geral do Missal Romano : nº 46).
2. Procissão
de entrada:
representa
o povo de Deus, que está em marcha em direcção ao encontro de Deus. Também
recorda-se a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Lc 19,28-40).
3. Saudação
do altar:
chegados
ao presbitério, o sacerdote, diácono e os ministros inclinam a cabeça em sinal
de veneração. Se houver sacrário ajoelham-se em sinal de adoração.
4. O
beijo ao altar:
o altar é a mesa onde se celebra a Ceia do Senhor. É o centro de acção de graças e é sinal da
presença de Cristo na comunidade cristã. Assim sendo, o sacerdote que está para
guiar a assembleia reunida, beijando o altar, manifesta diante de toda a
comunidade cristã, o seu amor e a sua adoração a Cristo Senhor. É neste
espírito, que o sacerdote e o diácono beijam o alta no início e no fim da
Missa.
5. O
sinal da cruz:
terminado
o cântico de entreda, o sacerdote com toda assembleia fazem sobre si próprios o
sinal da cruz. Este gesto é feito por todos, porém é o sacerdote que pronuncia
a formula trinitária: em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo e a assembleia responde amen. Com estas palavras, indicam em nome de quem a assembleia se reúne. O sinal da cruz
recorda aos cristãos, o Misterio Pascal, que tem no centro a cruz, onde Cristo
deu a vida por nós. Quando fazemos o sina da cruz colocamo-nos sob sua
protecção.
6. Saudação
da assembleia: em cada encontro humano, quem preside,
antes saúda os presentes. O padre diz: A
graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor do Pai e a comunhão do Espírito
Santo, esteja convosco. A assembleia responde: bendito seja Deus que nos reuniu no Amor de Cristo. A expressão: o Senhor esteja convosco, e a resposta: Ele está no meio de nós, aparece 4 vezes:
no início da Missa, na proclamação do Evangelho, no prafácio e na bênção final.
Tudo isto, mostra a presença de Deus no meio da assembleia celebrante, desde o
início até ao fim da Missa.
7. Acto
penitencial: a Eucaristica sendo a celebração do amor
com Deus, é necessário destruir qualquer obstáculo, antes de mais nada. Por
isso mesmo, o acto penitencial é uma espécie de preparação para dignamente
celebrar o grande amor de Deus para o homem. Por outro lado, o acto penitencil,
nos mostra a consciência humana de se reconhecer pecador e necessitar o perdão
de Deus. De notar que toda celebração eucaristica é repleta do pedido de
perdão. E durante a celebração recebemos o perdão:
ü No glória:
quando dissemos: vós que tirais o pecado
do mundo, tende piedade de nós.
ü Na oração sobre as oblatas:
o padre diz: lavai-me Senhor da minha
iniquidade e purificai-me do meu pecado.
ü No pai nosso rezamos: perdoais-nos as nossas ofensas
ü No
cordeiro dissemos: que tirais o pecado do
mundo, tende piedade de nós.
8. Glória: Depois de
receber o perdão das culpas, a assembleia encontra uma grande alegria, por ter
voltado para o Pai. Por isso, glorifica e exalta a misericórdia de Deus (IGMR
nº 53).
9. Oração
colecta:
a palavra colecta do latim colligere,
significa recolher. Ela recolhe numa única forma sintética todas as intenções
particulares cada membro da assembleia e apresenta-se a Deus. Por isso, o Padre
quando diz "oremos", fica um momento silêncio para os fiéis tomarem
consciência de estarem na presença de Deus e formularem interiormente as suas
intenções particulares (IGMR nº 54).
10.
Liturgia da Palavra:
a parte principal da liturgia da palavra são as leituras Bíblica. A 1ª leitura
sempre do A.T. 2ª leitura do N.T e a 3ª leitura é o Evangelho. Nestas leituras
com a Homilia, Deus fala ao seu Povo, revela-lhe o Mistério da Redenção e
Salvação como alimento espiritual (IGMR nº 55).
11. Salmo
responsorial:
favorece a meditação da Palavra de Deus e permite o diálogo entre Deus e seu
povo (IGMR nº 61).
12.
Aclamação do Evangelho: a
palavra hallelui-yah significa louvai a Deus aclamação é um convite para louvor a Deus. E assembleia dos fiéis
acolhe e saúda o Senhor que vai-lhes falar, no Evangelho, e professa a sua fé
por meio de aclamação.
13.
O Evangelho:
é o centro da Liturgia da Palavra, no qual Cristo é a unidade. Antes da
leitura,o proclamador sauda o povo estas palavras: o Senhor esteja convosco. Esta saudação tem dois objectivos:
ü Convidar a assembleia a reconhecer
no Evangelho a presença de Cristo;
ü Dispor a assembleia a escutá-lo.
O
proclamador anuncia o nome do Evangelho a ler, fazendo sinal da cruz sobre o
livro, depois ele próprio e cada um dos presentes faz-se na teste, nos lábios e
no peito (IGMR nº 95). Com estes gestos, pretende-se mostrar o percurso da
Palavra de Deus:
ü Livro:
Deus que fala;
ü Na
testa: esta palavra que deve ser meditada com a mente;
ü Nos
lábios: que deve ser professada e anunciada com
a boca;
ü No
peito: que deve ser conservada no coração.
No
fim da leitura, o proclamador beija o Evangelho dizendo em silêncio: por este santo Evangelho, perdoai-nos Senhor.
O beijo é sinal de veneração, adoração e respeito.
14. Homilia: alimenta e
fortalece a fé dos dos cristãos. Ela é a actualização da Palavra de Deus para a
comunidade celebrante. Ela deve reavivar e fazer maturar a fé no mistério
celebrado.
15. Credo:
é uma afirmação da unicidade da fé. Com o Credo a assembleia responde a Palavra
de Deus escutada nas leituras e na homilia: creio
em um Deus, creio em um só baptismo, creio em numa só Igreja. Sem fé, a
nossa celebração não terá efeito e nem tão pouco vai mudar os nossos corações.
16.
Oração Universal: chama-se
oração universal, por ser oração de todos os homens do mundo inteiro. Ela liga
todas as comunidades do mundo inteiro. Na oração universal, o Povo responde de
algum modo, a Palavra de Deus recebida na fé.
17.
Ofertório: ao iniciar a
liturgia eucarística, leva-se ao Altar os dons que se vão converter no Corpo e
Sangue de Cristo. Além do pão, vinho e água, são trazidas pelos fiéis outras
ofertas, sinal da sua participação plena e activa no sacrifício de Cristo, que
na Eucaristia se torna presente e operante.
18. Gota
de água no vinho: teologicamente a gota de água que se
coloca no vinho antes da consagração representa a assembleia reunida e vinho Sangue
de Cristo. Com esta junção da água no vinho significa que a assembleia
entra no Cristo e transforma-se em Cristo porque a gota que é posta posta no
vinho não se transforma em água mas continua a ser vinho. Assim, não é
assembleia que transforma Cristo porém, é Cristo que transforma assembleia em
Cristo, logo o nome de cristão, tudo se faz por Cristo, com Cristo e em Cristo.
19. Convite
à oração: o convite do sacerdote: orai irmãos para que o meu e o vosso
sacrifício seja aceite por Deus Pai todo-poderoso.
Resposta
da assembleia: receba o Senhor por tuas
mão este sacrifício para glória do seu nome, para o nosso bem e de toda santa
Igreja.
Nesta
esta compreendemos:
ü Solidariedade dos fiéis para com o
celebrante que está na pessoa de Cristo;
ü A humanidade do sacerdote que
reconhece ser indigno diante o mistério que celebra e pede a comunidade para
rezar por ele.
20. Oração
Eucarística: eta é precedida pelo prefácio. E este
começa por um diálogo:
ü o Senhor esteja convosco: esta
frase mostra a presença de Cristo na assembleia que está presente desde o
princípio da celebração.
ü Ele está no meio de nós:
a assembleia deseja o mesmo ao sacerdote.
ü Corações ao alto: com
esta expressão o padre deseja a assembleia a entrar na acção de graças com um
coração único.
ü O nosso coração está em Deus:
com esta resposta, a assembleia exprime a sua conversão e une-se ao Senhor.
ü Dêmos graças ao Senhor nosso Deus:
esta expressão indica a finialidade do encontro dar graças a Deus pelo
sacrifício eucarístico que estamos a celebrar.
ü É nosso dever, é a nossa salvação:
este é o centro de toda teologia da criação.
21. Pai
nosso: nesta oração pede-se o pão de cada dia, que para
os cristãos, invoca o pão eucarístico. Pede-se também a purificação dos pecados
para receber dignamente a Sagrada Comunhão.
22.
A
paz: com o rito da paz, a Igreja implora a paz e a
unidade de todos os homens. E a fonte desta paz
é Deus através de Cristo. E esta paz assume dois sentidos:
ü Dimensão vertical: a
paz parte de Cristo e desce para cada um dos homens;
ü Dimensão horizontal:
os fiéis exprimem uns aos outros, a comunhão fraterna, recíproca, na caridade e
na reconciliação antes de comungar (IGMR nº 82).
23. Cordeiro
de Deus:
recorda-nos
Cristo levado ao matadouro. Os fiéis se dirigem a Ele considerando-O vítima que foi imolado pela salvação do
mundo. Também pedimos a paz e reconciliar-nos com Deus e com os irmãos antes de
receber a Eucaristia.
24. Fracção
do Pão: significa que os fiéis apesarem de
serem muitos, se tornaram só Corpo pela comunhão do mesmo Pão da Vida que é
Cristo morto e ressuscitado pela salvação do mundo (1Cor 10, 17).
25. União
do Corpo e do Sangue:
o
sacerdote parte um padecinho do Pão e deita no Cálice para significar a unidade
do Corpo e do Sangue de Cristo na obra de salvação. O sinal da união destas
duas realidades, que visivelmente parecem separadas, quer mostrar a realidade
invisível da perfeita unidade de Cristo.
26. Elevação do Corpo e Sangue de
Cristo: a elevação dos dons consiste em reconhecer Deus como
seus dons. Ele fez chegar até nós através da mediação do fruto da terra e do
trabalho do homem. há duas finalidades na ostentação:
ü 1ª – convidar os fiéis ao banquente
eucarístico, ou seja, convidar a comungar o Corpo de Cristo, que é alimento
espiritual, que sirva da nossa defesa, segurança, remédio e libertação do mal.
ü 2ª –
mostrar
Cristo que resgata os nossos pecados, ao dizer o padre: eis o cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo.
27. Purificação:
na
reflexão teológica, a purificação das alfaias é a purificação de tosos os
corações dos fiéis reunidos.
28. Acção
de graças: a assembleia louva a Deus pela Palavra,
Eucaristia e Salvação.
29. Bênção
final: o sacerdote diz: ide em paz o Senhor vos acompanhe e a assembleia responde: Graças a Deus (IGMR nº 168). Com estas
palavras compreendemos que vamos na paz de Cristo e com esta paz, temos que ir
ao mundo inteiro, anunciar aos nossos irmãos, com obras e palavras, o que
ouvimos, vimos tocamos.
Conclusão (reflexão)
Vendo
tudo o que ouvi hoje, quantas vezes já
rezei de facto?
Será
que quando entro para a Missa, participo ou sou assistente?
Que
me distrai durante as celebrações?
Que
compromisso faço para a minha vida cristã da Missa?
NB.
Apesar das minhas imperfeições, tenho que ter a consciência de que: Cristo amou-me, ama-me e me amará! E o meu dever e salvação como criatura é LOUVAR A DEUS, mesmo enquanto meus
hinos de bênção não aumente nem diminue a grandeza de Deus!