quinta-feira, 16 de julho de 2015


PROGRAMA DO RETIRO PARA O GRUPO CORAL – SÉ CATEDRAL
8h – 10h : Missa no Invinha
10h: 30`- 11h: I Palestra
20`: Meditação individual
11h:25`- 11:55`:  II Palestra
12h:15`: Almoço
13h:30`- 14h:30`: Adoração ao Santíssimo
15h: Fim das actividades do dia.

Tema
COMO VIVO A LITURGIA
Introdução
O que é retiro? É um afastamento temporário das actividades para conversar com Deus. É reflectir sobre  a nossa vida. É subir ao monte. É rezar. É entrar em intimidade com Deus. É dialogar com Deus. No entanto, no retiro um dos elementos importantes é o silêncio (há diferença entre calma e silêncio). Muitas das vezes se ouve dizer por aí: Deus não me escuta ou não me responde!? Como diz Santa Teresa de Calculta: ‘O mundo faz tanto barulho que não conseguimos ouvir o que Deus nos diz’. Deus sempre fala-nos algo. Nós é que não escutamos. Porque o mundo faz tanto barulho.

1.    O que é Liturgia?
Quando se fala de liturgia, muita gente entende somente a dança durante a celebração Eucaristica. Algumas comunidades quando domingo não se dança não houve liturgia. Liturgia é isso?
A palavra liturgia (do grego λετομργία, [γαóς = povo; ργία = serviço]”serviço público” ou ”serviço do culto”). Neste sentido, a palavra liturgia aplicada a uma pessoa, seria alguém que fazia serviço público ou alguém que liderava uma cermónia sagrada.  
Liturgia: é uma acção sagrada, através da qual, com um rito, na Igreja e mediante a Igreja, é exercitada e continuada a obra sacerdotal de Cristo, isto é, a santificação dos homens e glorificação de Deus. Assim sendo,
ü   Na liturgia actualiza-se a obra da nossa redenção
ü   Na liturgia Cristo faz-se presente como agente principal
ü   Na liturgia a Igreja faz o que Cristo fez
ü   O fim da liturgia é a glorificação de Deus e a santificação dos homens.

2.    Meditação das partes da Missa
1.    Canto de entrada: dá início a celebração. Favorece a união dos fiéis reunidos e introduz o espírito ao Mistério do tempo litúrgico. Ao mesmo tempo acompanha a procissão de entrada do sacerdote e dos ministros (IGMR:  Introdução geral do Missal Romano : nº 46).
2.    Procissão de entrada: representa o povo de Deus, que está em marcha em direcção ao encontro de Deus. Também recorda-se a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Lc 19,28-40).
3.    Saudação do altar: chegados ao presbitério, o sacerdote, diácono e os ministros inclinam a cabeça em sinal de veneração. Se houver sacrário ajoelham-se em sinal de adoração.

4.    O beijo ao altar: o altar é a mesa onde se celebra a Ceia do Senhor. É  o centro de acção de graças e é sinal da presença de Cristo na comunidade cristã. Assim sendo, o sacerdote que está para guiar a assembleia reunida, beijando o altar, manifesta diante de toda a comunidade cristã, o seu amor e a sua adoração a Cristo Senhor. É neste espírito, que o sacerdote e o diácono beijam o alta no início e no fim da Missa.

5.    O sinal da cruz: terminado o cântico de entreda, o sacerdote com toda assembleia fazem sobre si próprios o sinal da cruz. Este gesto é feito por todos, porém é o sacerdote que pronuncia a formula trinitária: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e a assembleia responde amen. Com estas palavras, indicam em nome de  quem a assembleia se reúne. O sinal da cruz recorda aos cristãos, o Misterio Pascal, que tem no centro a cruz, onde Cristo deu a vida por nós. Quando fazemos o sina da cruz colocamo-nos sob sua protecção.

6.    Saudação da assembleia: em cada encontro humano, quem preside, antes saúda os presentes. O padre diz: A graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo, esteja convosco. A assembleia responde: bendito seja Deus que nos reuniu no Amor de Cristo. A expressão: o Senhor esteja convosco, e a resposta: Ele está no meio de nós, aparece 4 vezes: no início da Missa, na proclamação do Evangelho, no prafácio e na bênção final. Tudo isto, mostra a presença de Deus no meio da assembleia celebrante, desde o início até ao fim da Missa.

7.    Acto penitencial: a Eucaristica sendo a celebração do amor com Deus, é necessário destruir qualquer obstáculo, antes de mais nada. Por isso mesmo, o acto penitencial é uma espécie de preparação para dignamente celebrar o grande amor de Deus para o homem. Por outro lado, o acto penitencil, nos mostra a consciência humana de se reconhecer pecador e necessitar o perdão de Deus. De notar que toda celebração eucaristica é repleta do pedido de perdão. E durante a celebração recebemos o perdão:
ü No glória: quando dissemos: vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
ü Na oração sobre as oblatas: o padre diz: lavai-me Senhor da minha iniquidade e purificai-me do meu pecado.
ü No pai nosso rezamos: perdoais-nos as nossas ofensas
ü No cordeiro dissemos: que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

8.    Glória: Depois de receber o perdão das culpas, a assembleia encontra uma grande alegria, por ter voltado para o Pai. Por isso, glorifica e exalta a misericórdia de Deus (IGMR nº 53).

9.    Oração colecta: a palavra colecta do latim colligere, significa recolher. Ela recolhe numa única forma sintética todas as intenções particulares cada membro da assembleia e apresenta-se a Deus. Por isso, o Padre quando diz "oremos", fica um momento silêncio para os fiéis tomarem consciência de estarem na presença de Deus e formularem interiormente as suas intenções particulares (IGMR nº 54).

10.         Liturgia da Palavra: a parte principal da liturgia da palavra são as leituras Bíblica. A 1ª leitura sempre do A.T. 2ª leitura do N.T e a 3ª leitura é o Evangelho. Nestas leituras com a Homilia, Deus fala ao seu Povo, revela-lhe o Mistério da Redenção e Salvação como alimento espiritual (IGMR nº 55).

11.    Salmo responsorial: favorece a meditação da Palavra de Deus e permite o diálogo entre Deus e seu povo (IGMR nº 61).

12.         Aclamação do Evangelho: a palavra hallelui-yah significa louvai a Deus aclamação é um convite para louvor a Deus. E assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor que vai-lhes falar, no Evangelho, e professa a sua fé por meio de aclamação.

13.         O Evangelho: é o centro da Liturgia da Palavra, no qual Cristo é a unidade. Antes da leitura,o proclamador sauda o povo estas palavras: o Senhor esteja convosco. Esta saudação tem dois objectivos:
ü Convidar a assembleia a reconhecer no Evangelho a presença de Cristo;
ü Dispor a assembleia a escutá-lo.
O proclamador anuncia o nome do Evangelho a ler, fazendo sinal da cruz sobre o livro, depois ele próprio e cada um dos presentes faz-se na teste, nos lábios e no peito (IGMR nº 95). Com estes gestos, pretende-se mostrar o percurso da Palavra de Deus:
ü Livro: Deus que fala;
ü Na testa: esta palavra que deve ser meditada com a mente;
ü Nos lábios: que deve ser professada e anunciada com a boca;
ü No peito: que deve ser conservada no coração.
No fim da leitura, o proclamador beija o Evangelho dizendo em silêncio: por este santo Evangelho, perdoai-nos Senhor. O beijo é sinal de veneração, adoração e respeito.

14.    Homilia: alimenta e fortalece a fé dos dos cristãos. Ela é a actualização da Palavra de Deus para a comunidade celebrante. Ela deve reavivar e fazer maturar a fé no mistério celebrado.

15.    Credo: é uma afirmação da unicidade da fé. Com o Credo a assembleia responde a Palavra de Deus escutada nas leituras e na homilia: creio em um Deus, creio em um só baptismo, creio em numa só Igreja. Sem fé, a nossa celebração não terá efeito e nem tão pouco vai mudar os nossos corações.

16.         Oração Universal: chama-se oração universal, por ser oração de todos os homens do mundo inteiro. Ela liga todas as comunidades do mundo inteiro. Na oração universal, o Povo responde de algum modo, a Palavra de Deus recebida na fé.
17.         Ofertório: ao iniciar a liturgia eucarística, leva-se ao Altar os dons que se vão converter no Corpo e Sangue de Cristo. Além do pão, vinho e água, são trazidas pelos fiéis outras ofertas, sinal da sua participação plena e activa no sacrifício de Cristo, que na Eucaristia se torna presente e operante.

18.    Gota de água no vinho: teologicamente a gota de água que se coloca no vinho antes da consagração representa a assembleia reunida e vinho Sangue de Cristo. Com esta junção da água no vinho significa que a assembleia entra no Cristo e transforma-se em Cristo porque a gota que é posta posta no vinho não se transforma em água mas continua a ser vinho. Assim, não é assembleia que transforma Cristo porém, é Cristo que transforma assembleia em Cristo, logo o nome de cristão, tudo se faz por Cristo, com Cristo e em Cristo.

19.    Convite à oração: o convite do sacerdote: orai irmãos para que o meu e o vosso sacrifício seja aceite por Deus Pai todo-poderoso.
Resposta da assembleia: receba o Senhor por tuas mão este sacrifício para glória do seu nome, para o nosso bem e de toda santa Igreja.
Nesta esta compreendemos:
ü Solidariedade dos fiéis para com o celebrante que está na pessoa de Cristo;
ü A humanidade do sacerdote que reconhece ser indigno diante o mistério que celebra e pede a comunidade para rezar por ele.

20.    Oração Eucarística: eta é precedida pelo prefácio. E este começa por um diálogo:
ü o Senhor esteja convosco: esta frase mostra a presença de Cristo na assembleia que está presente desde o princípio da celebração.
ü Ele está no meio de nós: a assembleia deseja o mesmo ao sacerdote.
ü Corações ao alto: com esta expressão o padre deseja a assembleia a entrar na acção de graças com um coração único.
ü O nosso coração está em Deus: com esta resposta, a assembleia exprime a sua conversão e une-se ao Senhor.
ü Dêmos graças ao Senhor nosso Deus: esta expressão indica a finialidade do encontro dar graças a Deus pelo sacrifício eucarístico que estamos a celebrar.
ü É nosso dever, é a nossa salvação: este é o centro de toda teologia da criação.

21.    Pai nosso: nesta oração pede-se o pão de cada dia, que para os cristãos, invoca o pão eucarístico. Pede-se também a purificação dos pecados para receber dignamente a Sagrada Comunhão.
22.         A paz: com o rito da paz, a Igreja implora a paz e a unidade de todos os homens. E a fonte desta paz  é Deus através de Cristo. E esta paz assume dois sentidos:
ü Dimensão vertical: a paz parte de Cristo e desce para cada um dos homens;
ü Dimensão horizontal: os fiéis exprimem uns aos outros, a comunhão fraterna, recíproca, na caridade e na reconciliação antes de comungar (IGMR nº 82).
23.    Cordeiro de Deus: recorda-nos Cristo levado ao matadouro. Os fiéis se dirigem a Ele considerando-O  vítima que foi imolado pela salvação do mundo. Também pedimos a paz e reconciliar-nos com Deus e com os irmãos antes de receber a Eucaristia.

24.    Fracção do Pão: significa que os fiéis apesarem de serem muitos, se tornaram só Corpo pela comunhão do mesmo Pão da Vida que é Cristo morto e ressuscitado pela salvação do mundo (1Cor 10, 17).

25.    União do Corpo e do Sangue: o sacerdote parte um padecinho do Pão e deita no Cálice para significar a unidade do Corpo e do Sangue de Cristo na obra de salvação. O sinal da união destas duas realidades, que visivelmente parecem separadas, quer mostrar a realidade invisível da perfeita unidade de Cristo.
26.    Elevação do Corpo e Sangue de Cristo: a elevação dos dons consiste em reconhecer Deus como seus dons. Ele fez chegar até nós através da mediação do fruto da terra e do trabalho do homem. há duas finalidades na ostentação:
ü 1ª – convidar os fiéis ao banquente eucarístico, ou seja, convidar a comungar o Corpo de Cristo, que é alimento espiritual, que sirva da nossa defesa, segurança, remédio e libertação do mal.
ü 2ª – mostrar  Cristo que resgata os nossos pecados, ao dizer o padre: eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

27.    Purificação: na reflexão teológica, a purificação das alfaias é a purificação de tosos os corações dos fiéis reunidos.
28.    Acção de graças: a assembleia louva a Deus pela Palavra, Eucaristia e Salvação.
29.    Bênção final: o sacerdote diz: ide em paz o Senhor vos acompanhe e a assembleia responde: Graças a Deus (IGMR nº 168). Com estas palavras compreendemos que vamos na paz de Cristo e com esta paz, temos que ir ao mundo inteiro, anunciar aos nossos irmãos, com obras e palavras, o que ouvimos, vimos tocamos.

Conclusão (reflexão)
Vendo tudo o que ouvi  hoje, quantas vezes já rezei de facto?
Será que quando entro para a Missa, participo ou sou assistente?
Que me distrai durante as celebrações?
Que compromisso faço para a minha vida cristã da Missa?

NB. Apesar das minhas imperfeições, tenho que ter a consciência de que: Cristo amou-me, ama-me e me amará!  E o meu dever e salvação como criatura é LOUVAR A DEUS, mesmo enquanto meus hinos de bênção não aumente nem diminue a grandeza de Deus!