Era uma vez, um jovem
de 14 anos chamado Ayubane. Vivia com a sua mãe e a irmã mais nova, numa das
aldeias de Moçambique. Não conhecera o seu pai. Pois, este morrera quando
Ayubane tinha apenas 1 ano de idade. Portanto, ouvira falar de sua mãe que o pai
fora um bom e respeitado pescador entre os vizinhos. Por isso, mesmo depois da
sua morte o seu nome continuava famoso entre os vizinhos e conhecidos. Ayubane
ainda em tenra idade, alimentava o sonho de um dia se tornar um óptimo pescador
como fora o seu pai. Dia e noite Ayubane fazia de tudo para que esse sonho se
tornasse realidade. Por isso, ele ia à pesca na companhia dos mais notáveis
pescadores da aldeia, com intuito de se preparar para o amanhã. O fruto deste
seu trabalho, ajudava a mãe nas despesas da casa. E a outra parte, Ayubane
colocava num velho cofre deixado pelo pai, para a compra de um pequeno barco
para a sua actividade piscatória.
Enquanto isso, Ayubane
conheceu uma bela jovem de uma aldeia próxima, chamada Tayura. Ela era filha
única, de um velho pescador e antigo amigo do falecido pai de Ayubane. Tayura
gozava de uma grande estima dos vizinhos, pois, fora educada pelos seus pais,
nos moldes mais rigorosos da cultura. Daí que ela fora muitas das vezes, vítima
de muitas cobiças por parte dos seus pretendentes. Por isso, Ayubane com medo
de a perder, foi se apresentar aos pais da Tayura. Aceite o seu pedido, de
receber Tayura como sua esposa, a responsabilidade de Ayubane aumentou. Pois,
além de pensar na mãe, agora também olhava na sua futura esposa.
Enquanto a vida de Ayubane
se dividia entre casa, mar e a vida amorosa com Tayura, como sua princesa, tudo
corria a mil maravilhas. Porém, como diz um ditado popular: «na vida nem tudo
corre como pensamos. Porque uma coisa é pensar e outra coisa é o curso normal
das coisas da natureza». Portanto, no dia em que Ayubane convidara os outros
pescadores para a inauguração, do seu novo barco, foi exactamente nesse dia,
que a irmã morreu.
Dois meses depois da
morte da irmã, levou a mãe e a sua namorada para as consolar, dando-as um
passeio à praia. Chegados a praia, convidou-as a subirem no seu novo barco como
uma surpresa. Depois de ter remado cem milhas, uma tempestade inesperada os
fustigou e o barco afundou! Ayubane como um bom pescador deveria só salvar uma
das pessoas, pois, a distância era enorme. E com certeza ele salvou uma delas. A
pergunta que se coloca é a seguinte: a quem salvou Ayubane? A mãe ou a
namorada? Porquê a mãe? E porquê a namorada? Esta é uma história contada no
grupo de catequese com crianças dos seus 10-12 anos de idade.