Em breves
linhas, neste trabalho se pretende resumir o que dizem os documentos da Igreja
sobre a homilia. O seu objectivo é de apresentar de um modo resumido aquilo que
é o pensar da Igreja sobre esta nobre tarefa do sacerdote. Para que o resumo
seja exaustivo, iniciar-se-á por elencar os documentos e posteriormente o que
diz cada um.
De entre os vários
documentos da Igreja que falam da homilia, temos os seguintes:
A Constituição Dogmática sobre a
Sagrada Liturgia Sacrosanctum
Concilium - 1963); A Instrução Inter
Oecumenici (1964); Decreto Presbyterorum Ordinis Sobre
O Ministério e a Vida dos Sacerdotes (07.12.1965);
O Diretório para Missas com
crianças (1973); A Introdução ao Elenco das Leituras da Missa - (Ordo
Lectionum Missae – OLM –1981) ; Pastores Dabo Vobis (25.03.1992); Congregação para o clero - Directório
para o Ministério e a Vida dos Presbíteros (31.01.1994); Instrução Acerca de Algumas Questões sobre a Colaboração dos Fiéis Leigos no Sagrado
Ministério dos Sacerdotes (15.08.1997); A Instrução Geral do Missal Romano – (IGMR
– 2000); Sacramentum Caritatis (22.02.2007);
Sacramentum Caritatis (22.02.2007);
Verbum Domini (30.09.2010).
Para a Sacrosanctum Concilium, a homilia é parte da própria liturgia e ela
não podem ser omitidas nas missas dominicais e nas festas de preceito, a não
ser por motivo grave. Porque durante o Ano Litúrgico são apresentados os textos
sagrados, os mistérios da fé e as normas da vida cristã (SC
n.52).
A Instrução Inter
Oecumenici, tomando como base a Sacrosanctum Concilium,
acrescenta novos elementos dizendo: a homilia pode ser a explicação de algum aspecto da leitura
da Sagrada Escritura ou de algum outro texto do Ordinário ou do Próprio da
Missa do dia, que tenha relação com o mistério que se celebra ou com as necessidades
dos ouvintes (n.54). Para Presbyterorum Ordinis, diz nos que a
pregação sacerdotal não deve limitar-se a expor de modo geral e abstracto a
palavra de Deus mas sim aplicar às circunstâncias concretas da vida a verdade
perene do Evangelho (PO n.6). E na pregação, os presbíteros são devedores de
todos, para comunicarem a todos a verdade do Evangelho. Portanto, eles devem
saber que, pregando abertamente, anunciam o Mistério de Cristo aos que crêem,
quer quando ensinam o catecismo cristão ou explanam a doutrina da Igreja, quer
quando procuram estudar à luz de Cristo as questões do seu tempo, sempre é
próprio deles ensinar não a própria sabedoria mas a palavra de Deus e convidar
instantemente a todos à conversão e à santidade (PO n.7 e 8).
Por sua vez,
o Directório para Missas com
crianças , diz-nos que a homilia poderá ser feita por um adulto que participa da
missa com crianças, com a aprovação do pároco, sobretudo se ao sacerdote se
torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças (n.24). E em todas as
missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, que pode ser
feita em diálogo com eles (n.48).
O Ordo Lectionum Missae, retomando o mesmo espírito interpretativo do Directório para Missas com crianças,
exorta aos pregadores dizendo: a homilia deve ser fruto da meditação, devidamente
preparada, não muito longa e nem muito curta e que se levem em consideração
todos os presentes, inclusive as crianças e o povo, de um modo geral as pessoas
mais simples (n.24). E o pregador deve estar ciente que Cristo está presente e operante na pregação de sua
Igreja (n.24). Portanto, evite-se dar os avisos durante a homilia, pois o seu
lugar é seguida à oração depois da comunhão (n.27).
Para a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis, o Sacerdote é ministro da Palavra de Deus. E como ministro deve ser o primeiro
"crente" na Palavra, com plena consciência de que as palavras do seu
ministério não são suas, mas d'Aquele que o enviou. Desta Palavra, ele não é
dono: é servo. Desta Palavra, ele não é o único possuidor: é devedor
relativamente ao Povo de Deus. Por isso, para ter em si mesmo e dar aos fiéis a
garantia de transmitir o Evangelho na sua integridade, o presbítero é chamado a
cultivar uma sensibilidade, um amor e uma disponibilidade particular
relativamente à Tradição viva da Igreja e do seu Magistério: estes não são
estranhos à Palavra, servem antes a sua recta interpretação e conservam-lhe o
autêntico sentido (n.68).
O Directório para o Ministério e a Vida dos Presbíteros, afirma que o
ministério da palavra não pode ser abstracto ou distante da vida das pessoas;
ao contrário, ele deve referir-se directamente ao sentido da vida do Homem, de
cada homem, e, portanto, deverá entrar nas questões mais vivas que se colocam à
consciência humana. Daí que é necessário que o Evangelho seja apresentado como
«a potência de Deus para salvar aqueles que crêem» (Rom 1,16). Por isso, os presbíteros, recordem-se que «a fé
depende da pregação e a pregação, por sua vez, se actua pela Palavra de Cristo»
(Rom 10,17). Com efeito, a sua missão «não é de ensinar uma
sabedoria própria, mas sim de ensinar a palavra de Deus e de convidar
insistentemente a todos à conversão e à santidade» (n.135). Para tal, a
pregação não pode reduzir-se à comunicação de pensamentos próprios, à
manifestação da experiência pessoal, a simples explicações de carácter
psicológico, sociológico ou filantrópico. Trata-se de anunciar uma Palavra de
que não é permitido dispor, dado que foi confiada à Igreja para defender, compreender
e transmitir fielmente.
A Instrução Acerca de Algumas
Questões Sobre a Colaboração dos Fiéis Leigos no Sagrado Ministério dos Sacerdotes, no seu 3º
artigo, diz nos que, a homilia é
forma eminente de pregação e é parte
integrante da liturgia (n.68). E deve ser
reservada ao ministro sagrado, sacerdote ou diácono.(n.69). Assim sendo,
estão excluídos os fiéis não-ordenados.
Por sua vez, a A Instrução Geral do Missal Romano, clarifica que a homilia é parte vivamente recomenda
pela liturgia (n.65). E ela normalmente
é feita pelo próprio presidente da celebração (n.66). Nas leituras explanadas
pela homilia Deus fala a seu povo (n.55; SC.33). E o lugar da homilia é na
cadeira ou no ambão.
Por último, a Verbum Domini,
diz nos qual é função da homilia; que é a de favorecer
uma compreensão e eficácia mais ampla da Palavra de Deus na vida dos fiéis». E ela constitui uma actualização da mensagem da Sagrada Escritura, de tal modo
que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de
Deus no momento actual da sua vida. Ainda a Verbum Domini, sugere que durante a preparação da homilia,
o pregador deve ter em conta as seguintes perguntas: «o que dizem as leituras
proclamadas? O que dizem a mim? O que devo dizer à comunidade, tendo em conta a
sua situação concreta?».