segunda-feira, 11 de março de 2013

RESUMO DOS DOCUMENTOS QUE FALAM DA HOMILIA


Em breves linhas, neste trabalho se pretende resumir o que dizem os documentos da Igreja sobre a homilia. O seu objectivo é de apresentar de um modo resumido aquilo que é o pensar da Igreja sobre esta nobre tarefa do sacerdote. Para que o resumo seja exaustivo, iniciar-se-á por elencar os documentos e posteriormente o que diz cada um.

De entre os vários documentos da Igreja que falam da homilia, temos os seguintes:

A Constituição Dogmática sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium - 1963); Instrução Inter Oecumenici  (1964); Decreto Presbyterorum Ordinis Sobre O Ministério e a Vida dos Sacerdotes (07.12.1965);Diretório para Missas com crianças  (1973); A Introdução ao Elenco das Leituras da Missa - (Ordo Lectionum Missae – OLM –1981) ; Pastores Dabo Vobis (25.03.1992); Congregação para o clero - Directório para o Ministério e a Vida dos Presbíteros (31.01.1994); Instrução Acerca de Algumas Questões sobre a Colaboração dos Fiéis Leigos no Sagrado Ministério dos Sacerdotes (15.08.1997); Instrução Geral do Missal Romano – (IGMR – 2000); Sacramentum Caritatis (22.02.2007); Sacramentum Caritatis (22.02.2007); Verbum Domini (30.09.2010).

Para a Sacrosanctum Concilium, a homilia é parte da própria liturgia e ela não podem ser omitidas nas missas dominicais e nas festas de preceito, a não ser por motivo grave. Porque durante o Ano Litúrgico são apresentados os textos sagrados, os mistérios da fé e as normas da vida cristã (SC n.52).

Instrução Inter Oecumenici, tomando como base a Sacrosanctum Concilium, acrescenta novos elementos dizendo: a homilia pode ser a explicação de algum aspecto da leitura da Sagrada Escritura ou de algum outro texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, que tenha relação com o mistério que se celebra ou com as necessidades dos ouvintes (n.54). Para Presbyterorum Ordinis, diz nos que a pregação sacerdotal não deve limitar-se a expor de modo geral e abstracto a palavra de Deus mas sim aplicar às circunstâncias concretas da vida a verdade perene do Evangelho (PO n.6). E na pregação, os presbíteros são devedores de todos, para comunicarem a todos a verdade do Evangelho. Portanto, eles devem saber que, pregando abertamente, anunciam o Mistério de Cristo aos que crêem, quer quando ensinam o catecismo cristão ou explanam a doutrina da Igreja, quer quando procuram estudar à luz de Cristo as questões do seu tempo, sempre é próprio deles ensinar não a própria sabedoria mas a palavra de Deus e convidar instantemente a todos à conversão e à santidade (PO n.7 e 8).

Por sua vez, o Directório para Missas com crianças , diz-nos que a homilia poderá ser feita por um adulto que participa da missa com crianças, com a aprovação do pároco, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças (n.24). E em  todas as missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, que pode ser feita em diálogo com eles (n.48).

O Ordo Lectionum Missae, retomando o mesmo espírito interpretativo do Directório para Missas com crianças, exorta aos pregadores dizendo: a homilia deve ser fruto da meditação, devidamente preparada, não muito longa e nem muito curta e que se levem em consideração todos os presentes, inclusive as crianças e o povo, de um modo geral as pessoas mais simples (n.24). E o pregador deve estar ciente que Cristo está presente e operante na pregação de sua Igreja (n.24). Portanto, evite-se dar os avisos durante a homilia, pois o seu lugar é seguida à oração depois da comunhão (n.27).

Para a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis, o Sacerdote é ministro da Palavra de Deus. E como ministro deve ser o primeiro "crente" na Palavra, com plena consciência de que as palavras do seu ministério não são suas, mas d'Aquele que o enviou. Desta Palavra, ele não é dono: é servo. Desta Palavra, ele não é o único possuidor: é devedor relativamente ao Povo de Deus. Por isso, para ter em si mesmo e dar aos fiéis a garantia de transmitir o Evangelho na sua integridade, o presbítero é chamado a cultivar uma sensibilidade, um amor e uma disponibilidade particular relativamente à Tradição viva da Igreja e do seu Magistério: estes não são estranhos à Palavra, servem antes a sua recta interpretação e conservam-lhe o autêntico sentido (n.68).

 O Directório para o Ministério e a Vida dos Presbíteros, afirma que  o ministério da palavra não pode ser abstracto ou distante da vida das pessoas; ao contrário, ele deve referir-se directamente ao sentido da vida do Homem, de cada homem, e, portanto, deverá entrar nas questões mais vivas que se colocam à consciência humana. Daí que é necessário que o Evangelho seja apresentado como «a potência de Deus para salvar aqueles que crêem» (Rom 1,16). Por isso, os presbíteros, recordem-se que «a fé depende da pregação e a pregação, por sua vez, se actua pela Palavra de Cristo» (Rom 10,17). Com efeito, a sua missão «não é de ensinar uma sabedoria própria, mas sim de ensinar a palavra de Deus e de convidar insistentemente a todos à conversão e à santidade» (n.135). Para tal, a pregação não pode reduzir-se à comunicação de pensamentos próprios, à manifestação da experiência pessoal, a simples explicações de carácter psicológico, sociológico ou filantrópico. Trata-se de anunciar uma Palavra de que não é permitido dispor, dado que foi confiada à Igreja para defender, compreender e transmitir fielmente.

A Instrução Acerca de Algumas Questões Sobre a Colaboração dos Fiéis Leigos no Sagrado Ministério dos Sacerdotes, no seu 3º artigo, diz nos que, a  homilia é forma eminente de pregação e  é parte integrante da liturgia (n.68). E deve ser  reservada ao ministro sagrado, sacerdote ou diácono.(n.69). Assim sendo, estão excluídos  os fiéis não-ordenados.

Por sua vez, a Instrução Geral do Missal Romano, clarifica que a homilia é parte vivamente recomenda pela liturgia  (n.65). E ela normalmente é feita pelo próprio presidente da celebração (n.66). Nas leituras explanadas pela homilia Deus fala a seu povo (n.55; SC.33). E o lugar da homilia é na cadeira ou no ambão.

Por último, a Verbum Domini, diz nos qual é função da homilia; que é a de favorecer uma compreensão e eficácia mais ampla da Palavra de Deus na vida dos fiéis». E ela constitui uma actualização da mensagem da Sagrada Escritura, de tal modo que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus no momento actual da sua vida. Ainda a Verbum Domini, sugere que durante a preparação da homilia, o pregador deve ter em conta as seguintes perguntas: «o que dizem as leituras proclamadas? O que dizem a mim? O que devo dizer à comunidade, tendo em conta a sua situação concreta?».